terça-feira, 19 de janeiro de 2016

domingo, 14 de junho de 2015

Fragilidade


Ser frágil não é ser
fragilizada.
Nem ser de plástico
ou de vidro inquebrantável.

Ser frágil é ser passível de acidente.

É ser flor, fina e flexível:
maleável, porém
resistente.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Ilusão de ótica

Na falta de espelho melhor,
eu me olhei na colher de metal.

Vi invertida, do lado côncavo,
a minha imagem virtual.

E do convexo, distorcida,
talvez vi a imagem real.

É esse mesmo o meu reflexo?
Ou sou eu quem enxergo mal?

A morte vem...

A morte vem,
silenciosa e doce,
para aqueles que a esperam.
Sem que se perceba
Sem que se faça esforço
Sem nem sequer fazer barulho.


A morte vem,
doce e silenciosa,
a fechar os olhos do mundo.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Resquícios

E esses resquícios
submersivos?
são solstício invernal
ou equinócio primaveril?

Azul marinho

Tenho saudades do azul.

E de toda essa massa de azul
que por dentro me dilacera.

Tenho ultrapassado os limites
e fronteiras do in(in)teligível.
Tenho tentado lidar com os
preâmbulos do (in)comunicável.

Eu tenho sido marujo
vivendo só nessa maré
de prata.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Antíteses

eu sou, na verdade,
um paradoxo incoerente
um desequilíbrio incontestável
uma trama intransigente

um pêndulo indexável
um oxímoro displicente
um idioma inexplicável
um axioma incandescente

eu sou, na verdade,
uma humana
aparentemente

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

[Ilustrações]

Recebi essa linda pintura em aquarela de um ex-aluno meu, o Pedro Ivo! :)

A frase veio de um dos meus poemas. Só posso dizer que muito, muito obrigada pelo desenho!


sábado, 20 de dezembro de 2014

Volta à flor

flor
que vira fruto
que vira flor
que vira luta
que vira sonho
que vira doce
que vira som

que furta-cor

que vira o sol
que mira o mar
que vira o céu
que vira lírio

que move o sonho
que franze o cenho
que gira o mundo
que gira o sol

que vira febre
que tira a fome
que troca o nome
que vira forma

que vira fel
-que fira a si!-
que volta a ser
que vira
flor

sábado, 8 de novembro de 2014

Bula de veneno

Uma pitada de amoníaco
Uma dose bem degenerada
[de soda cáustica
Uma intoxicação alimentar
Uma forte dor no peito
(causada por dores passadas)
Uma ânsia de vômito
E o mínimo sentimento de culpa:
- eis o homicídio perfeito.